Milei tem se saído muito melhor do que o esperado nas urnas. Muitos pensavam que a recente turbulência financeira da Argentina era em grande parte uma função da incerteza eleitoral. Isso agora passou. Infelizmente, há muito tempo que penso que as contradições no programa de Milei eram mais fundamentais 1/
jck✨
jck✨Há 13 horas
🛑🇦🇷 ARGENTINA: GRANDE VITÓRIA PARA MILEI COM 91% CONTADOS, O GOVERNO VENCE COM 40,84% DOS VOTOS EM TODO O PAÍS E ESTÁ A LUTAR PARA VENCER A PROVÍNCIA DE BUENOS AIRES -
A questão básica, como eu vi, era que Milei e sua equipe queriam um peso mais forte (para ajudar a conter a inflação) do que a economia da Argentina poderia sustentar -- daí a pressão sobre as reservas cambiais da Argentina ao longo deste ano, e o aumento do déficit em conta corrente 2/
Haverá a tentação entre os formuladores de políticas da Argentina de agora pensar que o mercado os recompensará pelo seu sucesso eleitoral, e os fluxos de mercado (+ o esperado apoio contínuo dos EUA) apoiarão um peso organicamente forte 3/
Eu discordo; um país sem reservas não emprestadas, com dívidas externas significativas e uma quantidade razoável de dívida em moeda estrangeira vencendo (em relação às reservas brutas) não pode suportar déficits sustentados na conta corrente -- a prioridade precisa ser a reconstrução das reservas 4/
O balanço externo da Argentina ainda é fraco. Deve $50 bilhões ao FMI, $18 bilhões à China (sendo $5 bilhões utilizados) e precisa aumentar suas próprias reservas mesmo enquanto reembolsa seus credores externos 5/
Isso é muito fx que precisa ser gerado/emprestado -- mesmo deixando de lado as amortizações da dívida externa ... (semana = fraca acima) 6/
E a dinâmica da dívida pública subjacente na verdade ainda não é estável -- um superávit primário de 1,5 pp do PIB é impressionante, mas só gerou um orçamento equilibrado porque as despesas com juros são artificialmente baixas 7/
taxas de juro reais positivas sobre a dívida em pesos irão aumentar as despesas de juro internas, e a reestruturação de 2020 não garantiu taxas de juro externas baixas para sempre -- os gastos com juros não permanecerão mais baixos do que os dos EUA para sempre ... 8/
O risco é, claro, que os responsáveis pela política da Argentina pensem que a combinação da vitória política de Milei e do apoio (incondicional?) dos EUA lhes permitirá continuar com uma política de peso forte, mesmo que a Argentina não tenha o balanço externo para sustentá-la 10/10
@JPSpinetto Mas o que eu quero ver, no final, é que o peso esteja em um nível que possa ser sustentado sem vender reservas emprestadas do FMI/ MDBs/ Tesouro dos EUA. Isso não foi o caso no primeiro semestre, antes da incerteza eleitoral. $10 bilhões em vendas líquidas de câmbio funcionaram apenas por causa da entrada do FMI (2/2)
@JPSpinetto a melhor evidência da sustentabilidade de um plano importa -- a retirada das reservas da Argentina no primeiro semestre, muito antes dos medos das eleições em BA. Ocultado pelo fluxo do FMI. Sinal direto na minha opinião -- um déficit em conta corrente financiado pela venda de reservas
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