Você já ouviu falar de pares de Cooper? Em um material condutor comum, a corrente flui porque há elétrons que são livres para se mover por todo o material. Em alguns materiais, os elétrons individuais que abrem caminho através do condutor podem se organizar, formando uma dança sincronizada que flui sem qualquer resistência. O material tornou-se um supercondutor e os elétrons são unidos como pares. Estes são chamados de pares de Cooper. Os pares de Cooper se comportam de maneira completamente diferente dos elétrons comuns. Os elétrons têm muita integridade e gostam de ficar distantes um do outro – dois elétrons não podem estar no mesmo lugar se tiverem as mesmas propriedades. Podemos ver isso em um átomo, por exemplo, onde os elétrons se dividem em diferentes níveis de energia, chamados de camadas. No entanto, quando os elétrons em um supercondutor se juntam como pares, eles perdem um pouco de sua individualidade; enquanto dois elétrons separados são sempre distintos, dois pares de Cooper podem ser exatamente iguais. Isso significa que os pares de Cooper em um supercondutor podem ser descritos como uma única unidade, um sistema mecânico quântico. Na linguagem da mecânica quântica, eles são então descritos como uma única função de onda. Esta função de onda descreve a probabilidade de observar o sistema em um determinado estado e com determinadas propriedades. As propriedades dessa função de onda desempenham um papel importante nos experimentos dos laureados de física de 2025. O Prêmio Nobel de Física de 2025 foi concedido a John Clarke, Michel H. Devoret e John M. Martinis "pela descoberta do tunelamento mecânico quântico macroscópico e quantização de energia em um circuito elétrico".